sexta-feira, 22 de março de 2013

Tragédia de Santa Maria

Ainda consternado e, como toda a sociedade, ansiando por Justiça, o SECHSPA atualiza as informações sobre a tragédia de Santa Maria, onde pereceram 18 trabalhadores, entre os 241 mortos. 


Incêndio na boate Kiss:
polícia responsabiliza 28 pessoas, 16 criminalmente
A Polícia Civil confirmou o indiciamento criminal de 16 pessoas por responsabilidade no incêndio que matou 241 pessoas na boate Kiss em 27 de janeiro, anunciou o delegado Marcelo Arigony nesta sexta-feira, 22/03, na apresentação do relatório do inquérito sobre a tragédia. Ao todo, 35 pessoas foram responsabilizadas. 
Nove indiciamentos são por homicídio doloso, sete por incêndio, quatro por homicídio culposo, dois por fraude processual e um por falso testemunho. Algumas pessoas foram indiciadas por mais de um crime.
O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, também está entre os responsabilizados no inquérito, mas, como ele tem foro privilegiado, a Polícia Civil não pode indiciá-lo criminalmente. O delegado Arigony afirmou que a polícia pedirá ao Tribunal de Justiça que abra processo contra o prefeito por homicídio culposo, e recomendará à Câmara Municipal da cidade que o processe por improbidade administrativa. Minutos após a divulgação do relatório, Schirmer deixou a prefeitura sem falar com a imprensa. A assessoria do prefeito informou que ainda não foi definido se ele se manifestará por meio de nota oficial ou entrevista coletiva.

Veja o resumo de causas disponibilizado pela Polícia Civil:
1 - O fogo teve início por volta das 3h da madrugada do dia 27/01, no canto superior esquerdo do palco (na visão dos frequentadores), deflagrado por uma faísca de fogo de artifício (chuva de prata) empunhado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira.
2 – O extintor de incêndio, localizado ao lado do palco da boate, não funcionou no momento do início do fogo.
3 – A boate Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás.
4 – Havia superlotação: no mínimo 864 pessoas estavam no interior da boate.
5 – A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular, feita de poliuretano.
6 – As grades de contenção (guarda-corpos) existentes na boate atrapalharam e obstruíram a saída de vítimas.
7 – A boate tinha apenas uma porta de entrada e saída.
8 – Não havia rotas adequadas e sinalizadas para a saída em casos de emergência.
9 – As portas apresentavam unidades de passagem em número inferior ao necessário.
10 – Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas.
Fonte: Clic RBS