A população negra representa mais da metade dos trabalhadores
no Brasil. No segundo trimestre de 2024, os negros correspondiam a 56,7% da
população ocupada, segundo o IBGE. Apesar de serem maioria no mercado de
trabalho, ainda enfrentam profundas desigualdades, especialmente em
remuneração, acesso a cargos de liderança e condições de inserção profissional.
A informalidade é uma realidade mais presente entre
trabalhadores negros, que têm maior probabilidade de ocupar empregos sem
carteira assinada ou com menor proteção social. Além disso, mesmo representando
a maior parcela da força de trabalho, pessoas negras seguem sub-representadas
em posições de comando: em 2023, apenas 33,7% dos cargos de gerência e direção
eram ocupados por profissionais negros.
A desigualdade salarial também permanece significativa. Em 2023, o rendimento médio de um trabalhador negro era 39,2% menor que o de um trabalhador não negro, evidenciando a persistência do abismo racial de renda. Essa distância se reflete também nas taxas de desocupação: naquele ano, a taxa entre negros foi de 9,5%, 3,2 pontos percentuais acima da registrada para não negros. Entre as mulheres negras, a situação é ainda mais grave, com a desocupação alcançando 11,7%.