Tabagismo na vida do Trabalhador
Todo mundo
sabe o mal que o cigarro faz para a
saúde da população. Pesquisa recente traz os dados de que são gastos R$ 21
bilhões por ano, tanto no SUS, como na rede de saúde complementar. Estudo
financiado pela ACT - Aliança de Controle do Tabagismo - mostra que o valor equivale a 30% do orçamento
do Ministério do Saúde em 2011 e é 3,5% maior que a arrecadação de impostos
derivados do tabaco no mesmo ano, isso derruba a tese de que o tabaco faz bem
para economia.
Na área da
ecologia, o cultivo do tabaco piora a qualidade do solo e o uso de pesticidas
na cultura fumageira pode levar a mais de 20 anos para descontaminação do mesmo,
isso sem contar com a derrubada de mais de 600 milhões de árvores, anualmente,
para a confecção de cigarros. Além dos agricultores que fazem o manuseio da
lavoura e preparação do fumo seco, que também são atingidos.
No Brasil, mais
de 25milhões de pessoas fumam e a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, é
a capital do país com maior número de fumantes: 22,6% da população contra 8,8%
da média nacional, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer).
O Ministério
da Saúde tem comemorado a redução no número de fumantes que em 2006 era 16,2 %
e agora está em 14,8%, mas segundo o Secretário de Atenção à Saúde Helvécio Magalhães, “precisamos aperfeiçoar o
aspecto legal que trata do banimento do fumo em ambientes fechados e da taxação
inibidora”.
O presidente
do SECHSPA, Sindicato do Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares de Porto
Alegre, Orlando Rangel, que há muitos anos luta contra o cigarro no ambiente de
trabalho em hotéis, restaurantes, bares e casas noturnas em geral, afirma que os
trabalhadores que atendem nestes lugares, onde o fumo é tolerado até por
questões de manter a freguesia, tem a saúde mais debilitada, pois fumam
continuamente e de forma passiva e como tem medo de perder seus empregos não
denunciam tal situação. “Todas denúncias que chegam a nós a respeito de
estabelecimentos que prejudicam os trabalhadores são apuradas, mas no local de
trabalho, quando se averigua, não se consegue ninguém para testemunhar no
processo e isso é complicado”, completa Rangel.
Apesar deste
complicador, muitos estabelecimentos estão se conscientizando e descobrindo que,
sem a clientela fumante, existe a compensação das supostas perdas com o aumento
do número de clientes não-fumantes, que dão preferência a ambientes livre do
fumo. “É uma campanha lenta, mas que trará frutos para os trabalhadores
futuramente”, ressalta o presidente Orlando Rangel.
Site: www.ncstrs.org.br