Incêndio na boate Kiss:
polícia responsabiliza 28 pessoas, 16 criminalmente
A Polícia
Civil confirmou o
indiciamento criminal de 16 pessoas por responsabilidade no incêndio que
matou 241 pessoas na boate Kiss em 27 de janeiro, anunciou o delegado Marcelo
Arigony nesta
sexta-feira, 22/03, na apresentação do relatório do inquérito sobre a tragédia. Ao
todo, 35 pessoas foram responsabilizadas.
Nove indiciamentos são por
homicídio doloso, sete por incêndio, quatro por homicídio culposo, dois por
fraude processual e um por falso testemunho. Algumas pessoas foram indiciadas
por mais de um crime.
O prefeito de Santa Maria, Cezar
Schirmer, também está entre os responsabilizados no inquérito,
mas, como ele tem foro privilegiado, a Polícia Civil não pode indiciá-lo
criminalmente. O delegado Arigony afirmou que a polícia pedirá ao Tribunal de
Justiça que abra processo contra o prefeito por homicídio culposo, e
recomendará à Câmara Municipal da cidade que o processe por improbidade
administrativa. Minutos após a divulgação do relatório, Schirmer deixou a
prefeitura sem falar com a imprensa. A assessoria do prefeito informou que
ainda não foi definido se ele se manifestará por meio de nota oficial ou
entrevista coletiva.
Veja
o resumo de causas disponibilizado pela Polícia Civil:
1 - O fogo teve início por volta
das 3h da madrugada do dia 27/01, no canto superior esquerdo do palco (na visão
dos frequentadores), deflagrado por uma faísca de fogo de artifício (chuva de
prata) empunhado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira.
2 – O extintor de incêndio,
localizado ao lado do palco da boate, não funcionou no momento do início do
fogo.
3 – A boate Kiss apresentava uma
série das irregularidades quanto aos alvarás.
4 – Havia superlotação: no mínimo
864 pessoas estavam no interior da boate.
5 – A espuma utilizada para
isolamento acústico era inadequada e irregular, feita de poliuretano.
6 – As grades de contenção
(guarda-corpos) existentes na boate atrapalharam e obstruíram a saída de
vítimas.
7 – A boate tinha apenas uma
porta de entrada e saída.
8 – Não havia rotas adequadas e
sinalizadas para a saída em casos de emergência.
9 – As portas apresentavam
unidades de passagem em número inferior ao necessário.
10 – Não havia exaustão de ar
adequada, pois as janelas estavam obstruídas.
Fonte: Clic RBS