quinta-feira, 17 de julho de 2025

Movimento Sindical apresenta propostas para a guerra comercial e proteger empregos

O SECHSPA afirma que o Brasil é dos brasileiros e que vê com bons olhos a posição do governo federal em ouvir todos os setores da economia, incluindo os trabalhadores no rol de discussões e apresentação de propostas.

As Centrais Sindicais, representando os sindicatos brasileiros, reuniram-se com ministros e empresários para discutir impactos da guerra comercial provocada pelas recentes medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos e apresentar propostas de desenvolvimento, na quarta-feira, 16/7.

O encontro foi marcado por uma demonstração de unidade entre as principais centrais do país. Assinam o documento: Moacyr Auersvald, NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores); Sérgio Nobre (CUT);  Miguel Torres (Força Sindical); Ricardo Patah (UGT); Adilson Araújo (CTB) e Antonio Neto (CSB)

No encontro, os sindicalistas também aproveitaram para apresentar propostas dos trabalhadores.

Riscos à economia foram trazidos pelos Sindicatos, foram pontos discutidos:

Desindustrialização acelerada

Desorganização de cadeias produtivas estratégicas

Ameaça a milhares de empregos formais

Propostas dos trabalhadores

As Centrais Sindicais organizaram suas propostas em cinco eixos estratégicos:

1. Defesa da Produção Nacional

Reforço de medidas antidumping e salvaguardas comerciais para proteger a indústria brasileira da concorrência desleal.

Investimentos em inovação e infraestrutura, com foco em tecnologias críticas como inteligência artificial, semicondutores e hidrogênio verde.

Estímulo às compras públicas com conteúdo local e revisão da Lei de Patentes para ampliar a autonomia tecnológica.

2. Proteção do Emprego e da Renda

Recriação de programas de proteção ao emprego, como o antigo Programa de Manutenção do Emprego e da Renda (PMER), adaptado ao novo contexto global.

Expansão da qualificação profissional, com foco em setores estratégicos como energia limpa, manufatura avançada e logística.

3. Diálogo Social e Negociação Coletiva

Criação de espaços permanentes de concertação entre governo, empresários e trabalhadores, inspirados em modelos europeus de governança tripartite.

Participação ativa de representantes sindicais na formulação de políticas industriais e comerciais.

4. Transição Ecológica Justa

Implementação de um plano nacional de descarbonização com foco na geração de empregos verdes e na requalificação da força de trabalho.

Estímulo à bioeconomia e à economia circular, especialmente na Amazônia Legal, como alternativa sustentável de desenvolvimento regional.

5. Nova Estratégia Comercial

Revisão de acordos internacionais que fragilizem a indústria nacional, com destaque para cláusulas de propriedade intelectual e barreiras técnicas.

Fortalecimento do Mercosul e da cooperação Sul-Sul como pilares de uma política externa voltada à integração produtiva e ao desenvolvimento regional.

Próximos passos

Em declaração conjunta, os líderes sindicais afirmaram que “o diálogo social é essencial para construir soluções negociadas e garantir que a classe trabalhadora seja não apenas sujeita, mas beneficiária do crescimento econômico”.

Segundo fontes do governo, será criado um grupo de trabalho interministerial com participação das centrais sindicais e representantes do setor produtivo para aprofundar as propostas e viabilizar ações emergenciais e estruturantes. A expectativa é que novas medidas sejam anunciadas em seguida.

O encontro dessa quarta-feira marcou um passo importante na construção de uma agenda comum entre governo, trabalhadores e empresários, com foco em soberania produtiva, justiça social e desenvolvimento sustentável.