O SECHSPA afirma que o Brasil é dos brasileiros e que vê com bons olhos a posição do governo federal em ouvir todos os setores da economia, incluindo os trabalhadores no rol de discussões e apresentação de propostas.
As Centrais Sindicais, representando os sindicatos brasileiros, reuniram-se com ministros e empresários para discutir impactos da guerra comercial provocada pelas recentes medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos e apresentar propostas de desenvolvimento, na quarta-feira, 16/7.
O encontro foi marcado por uma demonstração de unidade entre
as principais centrais do país. Assinam o documento: Moacyr Auersvald, NCST
(Nova Central Sindical dos Trabalhadores); Sérgio Nobre (CUT); Miguel
Torres (Força Sindical); Ricardo Patah (UGT); Adilson Araújo (CTB) e Antonio
Neto (CSB)
No encontro, os sindicalistas também aproveitaram para apresentar propostas dos trabalhadores.
Riscos à economia foram trazidos pelos Sindicatos, foram
pontos discutidos:
Desindustrialização acelerada
Desorganização de cadeias produtivas estratégicas
Ameaça a milhares de empregos formais
Propostas
dos trabalhadores
As Centrais Sindicais organizaram suas propostas em
cinco eixos estratégicos:
1. Defesa da Produção
Nacional
Reforço
de medidas antidumping e salvaguardas comerciais para proteger a indústria
brasileira da concorrência desleal.
Investimentos
em inovação e infraestrutura, com foco em tecnologias críticas como
inteligência artificial, semicondutores e hidrogênio verde.
Estímulo
às compras públicas com conteúdo local e revisão da Lei de Patentes para
ampliar a autonomia tecnológica.
2. Proteção do
Emprego e da Renda
Recriação
de programas de proteção ao emprego, como o antigo Programa de Manutenção do
Emprego e da Renda (PMER), adaptado ao novo contexto global.
Expansão
da qualificação profissional, com foco em setores estratégicos como energia
limpa, manufatura avançada e logística.
3. Diálogo Social e
Negociação Coletiva
Criação
de espaços permanentes de concertação entre governo, empresários e
trabalhadores, inspirados em modelos europeus de governança tripartite.
Participação
ativa de representantes sindicais na formulação de políticas industriais e
comerciais.
4. Transição
Ecológica Justa
Implementação
de um plano nacional de descarbonização com foco na geração de empregos verdes
e na requalificação da força de trabalho.
Estímulo
à bioeconomia e à economia circular, especialmente na Amazônia Legal, como
alternativa sustentável de desenvolvimento regional.
5. Nova Estratégia
Comercial
Revisão
de acordos internacionais que fragilizem a indústria nacional, com destaque
para cláusulas de propriedade intelectual e barreiras técnicas.
Fortalecimento do Mercosul e da cooperação Sul-Sul como pilares de uma política externa voltada à integração produtiva e ao desenvolvimento regional.
Próximos passos
Em declaração conjunta, os líderes sindicais afirmaram que “o diálogo social é essencial para construir soluções negociadas e garantir que a classe trabalhadora seja não apenas sujeita, mas beneficiária do crescimento econômico”.
Segundo fontes do governo, será criado um grupo de
trabalho interministerial com participação das centrais sindicais e
representantes do setor produtivo para aprofundar as propostas e viabilizar
ações emergenciais e estruturantes. A expectativa é que novas medidas sejam anunciadas
em seguida.
O encontro dessa quarta-feira marcou um passo
importante na construção de uma agenda comum entre governo, trabalhadores e
empresários, com foco em soberania produtiva, justiça social e desenvolvimento
sustentável.