terça-feira, 23 de maio de 2023

SECHSPA REPUDIA: Racismo sofrido por Víni Jr. é mais habitual do que se pensa

 

Mais uma vez o jogador brasileiro Vini Jr., que participava de uma partida de futebol pelo campeonato espanhol, La Liga, entre Real Madrid, o clube que defende e o Valencia, no último domingo, 21/5, foi vítima de racismo.

Em suas redes sociais, o atacante escreveu: “a cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos... Mas o discurso sempre cai em ‘casos isolados’, ‘um torcedor’. Não, não são casos isolados, são episódios contínuos e espalhados por várias cidades da Espanha”.

Para o pesquisador, Marcelo Diego Tonini, do Centro de Referência do Futebol Brasileiro, do Museu do Futebol, “o jogador enfrenta racismo sem apoio das instituições espanholas, justamente pelo seu jeito combativo na maneira fora de série de jogar e nas palavras, o que incomoda os racistas da Espanha”. Para Marcelo as punições têm de ir, além de multas, para muitas perdas de mando de campo e pontos, e que os torcedores identificados não possam mais frequentar os estádios.

Mas trazendo para nossa vida cotidiana, você já parou para pensar quantas vezes sofreu ataques racistas, que também podem ser mínimos, ou já teve atitude racistas com colegas, amigos, e pessoas que encontra no dia-a-dia?

O racismo, num geral é proporcional a vida que levamos, e pode ser muito sutil, como uma encarada demorada, ser chamado de nêgo ou nêga, ficar falando ou tocando o cabelo das pessoas negras o tempo todo, assim como as escancaradas: pessoas terem medo de roubo e desviarem na rua, só pelo tom de pele escuro do que vem em sentido contrário, ou ainda incluir a palavra “boa aparência” nos anúncios de vaga de emprego considerando que a “aparência boa” não inclui pessoas negras. Já paramos para pensar em tudo isso?

E enquanto nos questionamos sobre isso, o racismo continua acontecendo, sem que a sociedade mude de fato. E Vini Jr. encerra sua fala assim: “O que falta para criminalizarem essas pessoas? (...) O problema é gravíssimo e comunicados não funcionam mais. Me culpar para justificar atos criminosos, também não. No és fútbol, és inhumano”.

Enfim, não basta apenas ‘não sermos racistas’, precisamos ser ‘antirracistas’!