Mais
uma vez o jogador brasileiro Vini Jr., que participava de uma partida de
futebol pelo campeonato espanhol, La Liga, entre Real Madrid, o clube que
defende e o Valencia, no último domingo, 21/5, foi vítima de racismo.
Em
suas redes sociais, o atacante escreveu: “a cada rodada fora de casa uma
surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco
enforcado, muitos gritos criminosos... Mas o discurso sempre cai em ‘casos
isolados’, ‘um torcedor’. Não, não são casos isolados, são episódios contínuos
e espalhados por várias cidades da Espanha”.
Para
o pesquisador, Marcelo Diego Tonini, do Centro de Referência do Futebol
Brasileiro, do Museu do Futebol, “o jogador enfrenta racismo sem apoio das
instituições espanholas, justamente pelo seu jeito combativo na maneira fora de
série de jogar e nas palavras, o que incomoda os racistas da Espanha”. Para
Marcelo as punições têm de ir, além de multas, para muitas perdas de mando de
campo e pontos, e que os torcedores identificados não possam mais frequentar os
estádios.
Mas
trazendo para nossa vida cotidiana, você já parou para pensar quantas vezes
sofreu ataques racistas, que também podem ser mínimos, ou já teve atitude
racistas com colegas, amigos, e pessoas que encontra no dia-a-dia?
O
racismo, num geral é proporcional a vida que levamos, e pode ser muito sutil,
como uma encarada demorada, ser chamado de nêgo ou nêga, ficar falando ou
tocando o cabelo das pessoas negras o tempo todo, assim como as escancaradas:
pessoas terem medo de roubo e desviarem na rua, só pelo tom de pele escuro do
que vem em sentido contrário, ou ainda incluir a palavra “boa aparência” nos
anúncios de vaga de emprego considerando que a “aparência boa” não inclui
pessoas negras. Já paramos para pensar em tudo isso?
E enquanto nos questionamos sobre isso, o racismo continua acontecendo, sem que a sociedade mude de fato. E Vini Jr. encerra sua fala assim: “O que falta para criminalizarem essas pessoas? (...) O problema é gravíssimo e comunicados não funcionam mais. Me culpar para justificar atos criminosos, também não. No és fútbol, és inhumano”.
Enfim, não basta apenas ‘não sermos racistas’, precisamos ser ‘antirracistas’!